Maratona de Berlim 2013

Maratona de Berlim 2013

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Há vida pós maratona

e agora José?

a 1ª maratona se foi...
o frio passou...
as dores passaram...

o sonho virou realidade.

Bom, passada a fase inicial pós-maratona, estou de volta. Tive sim dores no pé que me fizeram evitar a corrida durante o restante das 3 semanas de férias. Foi uma pena, pois pretendia correr em outros lugares em que estive, alguns verdadeiramente especiais, mas não deu. Por outro lado foi bom, pois facilitou o dia-a-dia com a esposa, já que nessa viagem não levamos as crianças. Nosso roteiro foi Berlim-Salzburg-Innsbruck-Fussen-Munique-Praga e Roma.

Estando de volta, tive um pouco daquela ressaca pós prova-alvo e fiquei pensando em qual seria o próximo objetivo. Resolvi adotar um objetivo mais leve. A ideia será correr a Corrida de São Sebastião, de 10 km, dia 20/01, o mais rápido que der. Normalmente o calor dessa prova é muito forte e não tenho tanto tempo, então verei o que farei.

Como a motivação não estava tão forte, não tenho tido ânimo de acordar cedo para fazer o fortalecimento muscular, ainda mais que tenho dormido mais tarde que gostaria. Mas sigo treinando 3 vezes na semana, um treino progressivo, um tipo ironguides (sequencias de 1' forte com 20" leve) e um longão, para o qual adotei os 15km. Não pretendo aumentar essa distância até lá, mas pretendo aumentar o ritmo gradativamente.

Resumindo, o estado atual é bom, porque estou sem dores relevantes e com boa motivação novamente.

Estou na velha batalha para perder peso, bem como para voltar a fazer o fortalecimento muscular, que para mim fazem realmente diferença.


terça-feira, 22 de outubro de 2013

Maratona de Berlim (Resumo final)


Retirado do site da Maratona. O Dr. ali no nome foi um erro deles he he.

Fui muito feliz no processo de preparação, bem como na Maratona de Berlim!

Completar uma maratona era um sonho de criança que pude realizar. Isso é fato. Nada que eu leia ou ouça vai mudar isso. Assim, o evento teve grande importância na minha vida.

Outro ponto a destacar é que, devido às circunstâncias (contusão), foi necessário me superar para adotar uma estratégia que não era o que gostaria de fazer (run/walk). Foi difícil me manter fiel a ela, tanto durante alguns treinos quanto, mais ainda, na corrida. As parciais da prova, que colei na figura acima mostram o acerto da estratégia. Consegui fazer uma prova bem consistente e, as dores após a prova mostram que fui no limite do que dava para aquele dia. Levo essa perseverança para a vida, já que viver é a arte de fazer o possível, ainda que, muitas vezes, longe do ideal que gostaríamos.

O fato de escolher para a estreia uma corrida fora do país também foi muito bom. Em primeiro lugar, tinha muita curiosidade de correr uma major. Minha conclusão foi de que a organização é realmente, impecável e o povo alemão deu mostra de saber fazer realmente algo organizado.  Depois, para a estreia, acho que foi importante ter escolhido uma prova plana e com temperatura ideal. Não imaginava, entretanto, que as condições seriam tão perfeitas. Não sei se vou conseguir fazer na vida uma prova tão plana e com temperatura e umidade tão boas. Tinha medo de ficar com frio, mas agora já sei que a temperatura em torno de 10º é ideal!

Outra constatação é que é muito bom fazer uma prova realmente com apoio popular, acrescenta bastante na motivação, embora correr seja naturalmente motivante para mim.

Minha esposa também me apoiou durante a preparação, bem como durante a prova. Sei que a preparação para uma prova como essas é difícil e muitas vezes tive que realizar longos treinos. Coube a ela segurar a barra. Ainda por cima esteve em 3 locais durante a prova tentando me encontrar. Por algum motivo acabamos nos encontrando apenas em um. A união do casal é mais um bom resultado que carrego de todo o proceso.

Por último revisitei as dicas que havia recebido dos amigos corredores antes da prova. Consegui cumprir as 3: não exagerei no começo da prova, controlei bem a alimentação e hidratação e me diverti muito! acho que está bom para a primeira vez!

Ainda tenho muitos desafios na minha vida de corredor amador, isso foi só o começo de uma nova etapa. Ainda quero fazer uma maratona inteira sem andar, por exemplo. Também não sei se quero continuar treinando para maratona, provas menores, ou mesmo se parto para outros vôos (provas de montanha etc). Tudo será avaliado com calma.

Por último quero deixar registrados os agradecimentos a todos que passaram aqui pelo blog, bem como aqueles que me apoiaram ainda que sem passar por aqui.

Não sou uma pessoa diferente por causa da maratona. Não me tornei um super-homem ou algo do gênero. Creio, entretanto, ter me tornado um ser humano um pouco melhor, pois algumas experiências, como esta, tem essa capacidade de nos moldar.

Já iniciei nova fase nos treinos. Devagar. Um passo depois do outro. Assim, mais ou menos, como se segue na vida ;-)

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Maratona de Berlim (3ª parte)

A prova acontecia em um cenário bonito demais, mas eu, conhecendo pouco a cidade (há apenas 3 dias), não conseguia identificar, na maior parte do tempo, por onde estava passando.

Uma coisa muito legal eram as bandas no caminho. Pelo que sei foram bem mais de 40. Tinha desde o baterista solitário até uma banda de samba brasileiro. Muitas davam um verdadeiro show e eu cheguei a passar aplaudindo uma ou outra. Pode parecer besteira, mas isso ajuda. A prova fica menos monótona e mais leve.

Outro ponto que funcionou com perfeição foi a sensação térmica, com o colete tipo segunda pele que comprei na feira da maratona e coloquei por baixo da camisa de prova. Estava receoso, porque nunca havia treinado com ele, mas também nunca havia treinado com aquele frio, então alguma coisa teria que ser a primeira vez. Tinha decidido que, se tivesse problema, aproveitaria uma das caminhadas para retirá-lo. Na verdade, no entanto, foi simplesmente perfeito. Agora já sei, para prova entre 5º e 10º ele é o ideal. Pena que agora ele vai ganhar poeira na gaveta porque esse tempo aqui no RJ não faz nunca he he.

Outro bom aspecto da prova foi a parte da alimentação e hidratação. Consumi 3 géis de carboidrato, 3 paçocas, além de pedaços de banana dados pela organização. Na hidratação, alternei água (com os géis) e isotônico (com as paçocas). Tive que me adaptar, pois os postos ficavam, em média, a cada 2,5 km, alternando água e isotônico, enquanto nos treinos me alimentava/hidratava em períodos diferentes, mas tudo deu certo.

Com tudo isso, e com o ritmo que imprimia, não posso dizer que tenha chegado ao falado muro que se comenta. Evidentemente a prova ia chegando ao final e o cansaço se acumulava, mas não sentia uma dificuldade tão grande para continuar. No quilômetro 35 encontrei minha esposa, que me deu muita força e um gás extra.

Quando senti que faltavam 8 ou 9 quilômetros, achei que dava para correr mais, e reduzi as caminhadas para 1 minuto a cada 10 ou 15 minutos. Cheguei a cogitar correr direto, mas tive medo de não chegar ao final. Quando deu 40 km, acelerei mais e percebi alguém correndo no mesmo ritmo. Era uma polonesa, chamada Marta, se não me engano. Combinamos de irmos juntos até o final, dando força um ao outro. Isso foi importante e permitiu que tenha acelerado ao final, fazendo os dois últimos quilômetros abaixo de 5'40", um ótimo ritmo para aquele momento. Cruzei a linha de chegada sorrindo e aliviado... (continua)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Maratona de Berlim (parte 0)

Peço desculpa a quem vinha lendo as partes anteriores. Aqui quebro a sequência. É que me lembrei de coisas que aconteceram antes da prova, e que queria deixar registradas. Também, quem disse que os pensamentos vem de forma tão linear? às vezes eles gritam dentro da gente e pedem para sair, assim, meio que sem uma sequência definida.
Preciso dizer que tudo começou, na verdade, na quinta-feira anterior, três dias antes, quando chegava a Berlim. Estava cheio de sonhos e planos. Por um lado sentia aquela ansiedade natural de quando se espera algo grande. De outro, tinha aquela vontade enorme de absorver toda aquela cultura, aquela realidade que passava ali na minha frente. Uma cultura diferente abre uma nova dimensão na nossa compreensão do ser humano. Já tinha ido à Alemanha quinze anos antes, de mochila nas costas e sozinho, mas agora o aprendizado seria outro, já que um rio não passa duas vezes no mesmo lugar...
Voltando, entretanto, às nossas reflexões, para absorver um pouco daquela cultura, precisava andar. E isso não combina bem com uma maratona. Consegui, mesmo assim, e com apoio da esposa, fazer um roteiro onde andei muito no 1o. dia, e fui reduzindo até a véspera da prova. Algumas coisas que descobri nesses dias:
1) que ninguém precisa controlar quem pagou o bilhete do metrô nem cada trem precisa de um maquinista;
2) que a salsicha não pode ser tão ruim pra saúde nem provocar câncer;
3) que ainda que se dividam pessoas por um muro, ninguém separa seu espirito;
4) que lembrar o passado é uma boa forma de evitar que os erros se repitam.
Agora alguns pontos mais práticos:
1) a feira da maratona é sensacional. Como me esqueci de levar um tênis além do que iria correr, comprei bem barato um Saucony Kinvara 2, bem como um Garmin 610, pois estão para lançar o 620. Na prova, entretanto, optei pelo velho 305, com o qual já havia me acostumado.
2) o clima estava bastante frio, com temperatura na faixa dos 10C, embora com dias lindos. Por isso, resolvi investir numa blusa térmica de manga comprida. Foi ótimo, pois coloquei por baixo da que usaria na prova e, com isso, mantive um conforto térmico durante toda a prova. Arrisquei, pois não havia testado isso em treinos, mas deu certo. A temperatura esteve, para mim, perfeita para correr.
3) é maravilhoso viver o clima pré-maratona de uma major. O hotel estava lotado de corredores;
4) a turma leva casaco velho para a largada e vai abandonando. Achei perigoso, pois vi muita gente  tropeçando e quase indo ao chão com eles.
Acho que era isso. No próximo continuo com a 2a. metade da prova.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Maratona de Berlim (2a. Parte)

Após aquele início fantástico, era hora de fazer a minha parte. Precisava mostrar a mim mesmo o que me levava a encarar pela 1a. vez os temidos por alguns e incompreendidos por muitos, 42 km. De inicio, o desafio era me manter fiel a estratégia para a qual havia me preparado, de ciclos onde correria por 4 minutos e caminharia por 1. Como tive que fazer uma preparação curta, devido a uma lesão, era isso que tinha para aquele dia.
Digo já que foi difícil começar a prova assim. Talvez não seja possível para quem não corre entender isso, mas é difícil andar quando se pode (e se quer) correr. Os 42 k, entretanto, punem. Assim, tinha que manter fiel à estratégia.
Só que se passaram os primeiros 4 minutos e não consegui parar para caminhar.
Poderia dizer que foi por causa do frio, que ficaria bem na fita. Em parte até foi, mas o motivo principal não foi esse. Tive vergonha mesmo. Resolvi na minha cabeça (e como diria o amigo Miguel maratona se corre com a cabeça) que aquele 1o. ciclo seria de aquecimento. Somente com 9 minutos caminharia pela 1a. vez. A parir daí, busquei ser quase que religioso na estratégia, só a modificando para realizar as alimentações e hidratações quando disponíveis, caminhando.
Um capitulo a parte eram as pessoas e bandas nas ruas, que animavam demais! Como é bom correr assim.
Tive apenas uma dificuldade, de logística. É que, como a prova tem muita gente, acaba-se, naturalmente, com o tempo, formando-se grandes grupos que correm na mesma velocidade. Como eu percorria 4 minutos em uma velocidade maior (6'/km) e 1 minuto bem lento, tinha dificuldade. É como se a cada ciclo tivesse que correr em zigue-zague, ultrapassando os mais lentos, para depois voltar a ser ultrapassado pelas mesmas pessoas no minuto em que caminhava. Mas dava para levar, não chegava a ser dramático.
Com isso, o tempo ia passando. Como o GPS andou falhando, além de ter corrido mais que o normal pelo motivo explicado, acabei completando a 1a. metade da prova uns 2minutos (uma besteirinha) mais lento do que gostaria, em 2 horas e 17 minutos. Mas, como já disse, era bom demais correr ali, com aquela gente, aquela torcida. Cada vez tinha mais certeza do acerto na escolha da prova e na preparação, no que eu pude controlar...

sábado, 5 de outubro de 2013

Maratona de Berlim (1a. Parte)

Há momentos na vida em que temos certeza de estarmos vivendo uma experiência da qual nunca esqueceremos. O dia 29 de setembro de 2013 foi um destes dias.
Estava em Berlim. Sentia frio, muito frio. Chegava ao local da largada com proteção mínima, por erro de principiante, que esqueceu de levar um casaco. O dia era lindo, e ainda faltava uma hora e trinta para a largada.
Tudo o que vivia provocava um mix de sensações, sentimentos e emoções. Procurava aproveitar ao máximo, absorvendo tudo que se passava comigo naqueles momentos. Estava ansioso e com um certo medo (por que não?) do desconhecido. Tinha certeza que sairia dali uma pessoa diferente, embora outros não percebessem. Sentia-me ao mesmo tempo pequeno, frente aos 42 km que me aguardavam, e grande, frente ao que já alcançara até ali. Sabia que o que poderia alcançar representaria pouco para muita gente, que sonhos são, ainda bem, pessoais e (quase sempre) intransferíveis. Para mim, entretanto, era muito. Quatro anos depois de começar a correr, dava ali meu maior passo.
Após deixar as ultimas coisas no guarda-volumes, dirigi-me para a largada. Ali, agora sem gorro, calça e luvas, achei que teria hipotermia. Neste momento, entretanto, a massa ajudou. Eram 40.000 pessoas transformadas em uma só energia, algo transcendental mesmo. O locutor entrevistava campeões do passado, as largadas das ondas iam acontecendo (pontuais) e meu turbilhão de emoções ia aumentando. Finalmente era dado o sinal da largada da minha onda, aquela de quem tinha tempo acima de 4:15h ou era 1a vez (meu caso). Era o lugar perfeito para largar, aquele ao qual eu pertencia.
Queria congelar na memória aquela largada, e poder voltar a ela toda vez que me sentisse pra baixo, assim, precisando daquele empurrãozinho. Neste dia, pela 1a. vez, eu largaria derramando algumas lagrimas furtivas.

domingo, 29 de setembro de 2013

Berlim: Completei!

Foi sensacional. Completei em 4h31', parciais de 2h17' e 2h14'. Foi melhor do que meu melhor sonho. Näo quero acordar! Depois eu conto mais...

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Para tudo

"Deixe-me dizer algo que você já sabe ... 

Pra conquistar alguma coisa grande,
alguma coisa que vai fazer diferença não na vida dos outros, mas na sua,
você já sabe o que tem que fazer.

Assim como você já sabe que quando acordar às 5h da manhã,
nem sempre o céu estará aberto,
nem sempre a temperatura estará amena,
nem sempre o seu corpo terá vontade de sair da cama.
Mas você vai se levantar, a maioria estará deitada, mas você estará de pé. 

Você se acaba nos treinos de tiros,
roda até o fim de um longão em pleno fim de semana,
você faz o que é preciso fazer.
 
Porque só amador pensa que os grandes já nasceram fortes,
e você não é um amador.

Toda corrida tem aquele momento decisivo,
àquela hora em que você precisa escolher se vai quebrar quando o cansaço bater
ou se vai mostrar a incrível capacidade de continuar um pouco mais,
porque a dor vai chegar. 

Não importa o quanto você esteja preparado!
Não importa quantas corridas já tenha feito!

Vai chegar um momento em que a dor será mais forte
e você irá se curvar com as mãos no joelho. 
Mas quando isso acontecer,
quando você estiver olhando para o chão,
você vai estar depois da linha."
Tirado (sem permissão he he) do blog da Drica, do sensacional video motivacional da Asics (veja aqui).

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Polimento: tudo se encaixando

Final de semana passado foi dia de longão de 28k (concluídos em 3 horas), o último realmente longo como preparativa para a Maratona. O melhor de tudo foi que dessa vez não senti dores nos pés, então tudo indica que o corpo se acostumou.

Dessa vez, devido a uma viagem, tive que fazer o longão na sexta à noite, de 19h às 22h, novamente em torno do Maracanã. Foi bom ver que ele ainda oferecia segurança a essa hora. Quero ver depois da copa he he. O calor e a umidade estavam altos, ainda que em pleno inverno e nesse horário.

Tudo funcionou bem, da hidratação, dessa vez suficiente, à alimentação, incluindo 2 géis, 2 paçocas, 2 cápsulas de sal e os isotônicos. Tenho alternado a cada 40 minutos: uma vez como gel com água e outra paçoca com isotônico. O sal eu encaixo mais para o final com um pouco da água que deixo.

Só é impossível dormir depois dessa endorfina/adrenalina. O pior é que dessa vez juntou que o trabalho está bem agitado e tinha que acordar bem cedo para enfrentar mais de 4h de viagem para Muriaé. Dormi muito pouco. Ainda bem que minha mulher dividiu a direção, porque no meio da viagem fiquei realmente com muito sono.

Segunda fiz um tempo run de 50'e na terça, musculação. Acho essa última realmente muito importante para mim. Quando faço, os treinos do dia seguinte saem com menos dores. De qualquer jeito, agora preciso reduzir tudo. O ironguides, que farei amanhã, dessa vez será só de 1 hora.

Agora é, como dizia Galvão Bueno, segurar na ponta dos dedos e levar até o final!

domingo, 8 de setembro de 2013

32k: excelente! e finalmente o sal encaixou.


Sobrevivi. Com dores (normais!), mas sobrevivi ao teste dos 32km, em 3h30'. Infelizmente o Garmin ficou com pouca bateria, então tive que desligar o modo GPS após o 17km e seguir só com cronômetro. Acho que corri até um pouco mais rápido, olhando pelo batimento cardíaco, após a perda do sinal. Comecei o treino após 5 horas de sono às 6:15h e terminei por volta das 9:45h, no Maracanã. Descobri que, correndo à 6'/km e caminhando como der, tenho feito uma média de 6'30"/k. Daria para correr um pouco mais rápido, mas prefiro ser conservador e não  pagar o preço no final da prova.

A dor no pé esquerdo, da tendinopatia, continua, mas um pouco mais leve, então acho que com a redução dos treinos no final do ciclo deve incomodar pouco na prova. Senti também dores no pé direito após o treino, mas hoje, no dia seguinte, já não sinto nada. Tirando os pés, não senti qualquer desconforto, nem da antiga contusão, nem dos joelhos, o que até me surpreende positivamente.

Há treinadores que sugerem o treino longo máximo de 3 horas, enquanto outros o fazem por distância, normalmente 32 km. Sinceramente, eu achei muito proveitoso fazer esse treino nessa distância, ainda que tenha ultrapassado muito as 3 horas. O organismo sente e tem que se adaptar. No psicológico, então, o ganho é imenso. O fato é que senti que seria possível, ainda que com dificuldade, chegar aos 42k ontem mesmo, então levo essa confiança para o dia da prova.

Recebi na sexta as cápsulas de sal que havia comprado pela internet, e consegui usar ontem. Minha estratégia de alimentação/hidratação foi mais ou menos a seguinte:

1) 35': gel carbup de carboidrato com água
2) 1h15': paçoca e gatorade
3) 1h50': gel carbup de carboidrato com água
4) 2h30': paçoca e gatorade
5) 2h50': sal misturado na água
6) 3h20': sal (já não tinha água)

Faltou água ao final, pois o calor era forte e não tenho capacidade no cinto de hidratação de carregar mais líquido. Além disso no local não há possibilidade de comprar água. Para o tempo de treino, essa falta não causou nenhum problema, mas poderia ser caso o treino fosse um pouco mais longo.

O sal foi excelente, e deu uma reanimada boa. Além disso, parece ter um efeito preventivo de cãibras, algo que já tinha ouvido. Não cheguei a sentí-las, mas antes do primeiro sal estava sentindo os músculos um pouco travados e depois ficou tudo bem. O sal está aprovado!

A partir de agora os longões já ficam menores, e já começo a reduzir o volume para a prova, em 3 semanas. Vamo que vamo!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

e assim já se foram 28k

Sigo a preparação para a Maratona de Berlim, no fim desse mês.

Penúltimo grande apronto realizado, 28k foram percorridos em 3h05'. Novamente no Maracanã, foram umas 15 voltas no total. Tudo conforme o planejado. Cheguei por volta das 6:00h no sábado, quando ainda não havia ninguém por lá, e saí por volta das 9:00h, quando já estava cheio.

Para não dizer que está tudo 100%, senti dores no pé esquerdo, quejá sei que é uma tendinopatia leve, entre 1h30' e 2h15' de treino, mas nada que assuste, creio que a massagem e gelo devem dar conta do recado. Já tive isso antes e foi bem tranquilo.

A recuperação foi muito boa, ainda mais que consegui tirar um cochilo depois que cheguei do treino. Fiquei sem dores no resto do dia nem no dia seguinte. Creio que isso seja muito efeito da musculação. Inclusive agora comecei a fortalecer os ombros também, e acho que isso ajuda.

O sal foi um mico! he he mas tenho certeza que foi porque foi muito cedo, com cerca de 20k. Como não encontrei para comprar as tais cápsulas, acabei levando um pacotinho de sal, e foi horrível. Primeiro ele não abriu direito. Depois que teve um gosto horrível e não pareceu ajudar em nada. É claro, entretanto, que vou tentar de novo, desta vez com cápsulas e com 30k.

Uma coisa que voltei a usar e gostei foi uma meia de compressão. Havia comprado há muito tempo, mas não vinha usando. Me senti tão bem durante e após os treinos que vou passar a adotá-la. Até porque em Berlim deve estar frio...

Estou comendo muita besteira, então não estou conseguindo emagrecer, mas gostaria de perder pelo menos 1 kg até a prova, vamos ver se consigo controlar a boca!

Próximo sábado tem o temido treino de 32k, que deve ser o mais longo dessa preparação!

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

os 24k desse corredor caminhante



Tudo segue excelente na preparação para a Maratona de Berlim!

Final de semana passado fiz o longão de 24km, em 2h37', sempre naquela estratégia de 4' de corrida por 1' de caminhada. Para quem não acompanhou resolvi adotar essa regra por ter me contundido na preparação para a prova. Como já estava com inscrição e viagem confirmada, escolhi essa opção porque me daria melhor possibilidade de concluir bem.

O melhor de tudo é que estou me sentindo ótimo, apenas com dores normais pelo esforço. No resto da semana faço os treinos apenas correndo, um de ritmo (aquecimento + cerca de 50' a 5'30"/km) e um estilo ironguides, onde alterno séries de cerca de 1' a 5'/km com 20" a 7'/km. No total esse último treino já chegou a 1h30'. Além disso, estou fazendo 2 dias de reforço muscular, pois considero muito importantes para as provas longas.

Adotei definitivamente o Maracanã para treinar. Está ótimo, porque a ciclovia está perfeita, sem nenhum desnível. Apesar de que, como não sinto mais nada da bursite, poderia até mesmo incluir algumas variações de nível. Como o seguro morreu de velho, entretanto, prefiro não arriscar.

Sábado eu vou para os 28km. A novidade será a inclusão de sal durante o longão, conforme recomendado por diversas fontes. Depois volto aqui para contar como foi...


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Almoço dos corredores


Quarta-feira, por iniciativa do amigo André (do ótimo blog Andre e o tenis), tivemos um almoço no Galeto Central, na Carioca, aqui no Rio de Janeiro. Estiveram presente a Adriana (do também ótimo Correndo na viagem) e o Glaucio, que não tem blog mas corre. O Andre e o Glaucio foram companheiros de prova na nossa 1ª meia-maratona, a Asics de 2011. Havia também outros dois amigos do Andre, mas que não são corredores e devem ter saído do almoço com vontade de calçar um tênis e sair correndo por aí ou então com a ideia de nunca mais sequer pensar nisso :-)

O papo foi excelente, quase 100% sobre corridas. Incrível o prazer que sinta de falar sobre isso quatro anos e meio após ter dado os primeiros passos. Não é mais uma paixão, é um amor duradouro! Falamos principalmente sobre meias, maratonas e ultras, praia da Adriana, na qual os outros ainda não se aventuraram.

Em um determinado momento, pedi aos 3, que já correram maratonas que dessem uma dica só cada um para minha primeira maratona, que são esses do guardanapo:

Adriana: Não erre na alimentação!
Será seguida. Aqui devo me preparar bem, uma vez que não posso me alimentar nem hidratar de menos, nem de mais. Já fiz treino ruim por fome, mas também já passei uma meia-maratona inteira brigando contra o excesso de alimentação e hidratação (e olha que não foi etílica he he). A regra que uso nos treinos é, a cada 40 minutos alternar um gel de carboidrato e uma paçoca, sempre com água. Tenho que testar como isso irá funcionar no treino mais longo que pretendo fazer, daqui a 3 semanas.

André: Divirta-se!
Sem dúvida, dica importantíssima. Importante demais para uma primeira maratona, ainda mais em um outro país. A diversão precisa ser constante. Como diz o Marcio Villar, as dificuldades ficam para os treinos. O dia da prova é um dia feliz! não posso deixar o peso da estreia estragar isso!

Glaucio: Economize!
No caso, ele se referia ao esforço. De nada adianta sair correndo que nem um louco para quebrar lá na frente. Todo mundo diz que a prova começa aos 30k, por isso preciso ser bem conservador. Embora esteja em condição de correr mais rápido, não deixarei o ritmo ficar mais rápido que 6'/km de jeito nenhum. E devo sempre manter a estratégia de correr 4 minutos e caminhar 1 minuto, mesmo que, na primeira metade, pareça desnecessário.

É isso. As dores da bursite ficaram definitivamente para trás, agora são só aqueles pequenos incômodos do aumento de volume, que tenho que administrar. O corpo está reagindo bem... vamo que vamo!

Sábado tem longão de 24k, depois eu conto como foi...

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Deu pra animar... rumo à Berlim!

Ando pensando muito sobre a Maratona de Berlim. Como todos sabem não pude fazer uma preparação adequada, devido a uma bursite no joelho que já não incomoda. Para o tempo que falta e para a necessária adaptação para as longas distâncias, achei que era quase impossível completá-la bem. O cenário mais provável seria correr até os 30k a me arrastar pelos últimos 12k. Por isso, resolvi adotar uma estratégia diferente: o run-walk.

A ideia é correr por 4 minutos e caminhar acelerado por 1 minuto, em ciclos de 5 minutos. Essa é uma estratégia conhecida. Como se sabe que será necessário caminhar em algum momento, ao invés de fazer isso apenas ao final, distribui-se ao longo da prova, com inúmeras vantagens. Primeiro, chega-se mais inteiro e animado ao final. Depois, consegue-se, inclusive, terminar a prova em tempo inferior (quando não se está bem preparado). Por último, a recuperação costuma ser melhor.

Com esta estratégia em mente, fiz ontem meu longão, no Maracanã. Lá está muito bom, porque a ciclovia foi toda refeita, está perfeita e sem desníveis consideráveis. Fui nessa estratégia. A ideia era correr a 6'/k e andar o mais rápido que desse. Consegui seguir a risca. Fiz 20k e, terminei muito bem, em 2 horas e 12 minutos. O melhor foi que terminei com a mesma (ótima) sensação que finalizo meus longões, ou seja, não ficou nenhuma frustração por não ter corrido o tempo todo. Como faltam 6 semanas (inclusive essa), acho que consigo chegar na maratona em boas condições para essa estratégia. O objetivo é terminar a prova bem inteiro!

O ponto pitoresco do treino ficou por conta de um ônibus que derrubou uma árvore na ciclovia entre a minha 2ª e 3ª volta. Se tivesse passando ali no momento teria provavelmente me machucado, ainda que a árvore não fosse muito grande. Como só costumamos reclamar do poder público, dessa vez eu elogio. Em menos de 1 hora a árvore já tinha sido cortada e retirada da ciclovia pelos bombeiros e a polícia já havia feito todo o trabalho de isolamento.

É isso, fazendo figa para não ter mais nenhum contratempo, sigo rumo à grande meta! Obrigado aos amigos que tem desejado uma força!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Quando sonhei que completava a 1ª maratona

Outro dia sonhei que completava Berlim. Foi em um dos dias em que achei que estava melhorando da contusão. O sonho foi bom demais.

Eu vinha chegando na linha final, mas parecia que ela era após uma escadaria de prédio, como se fosse uma daquelas corridas verticais do Empire State. Eu estava extenuado, mas em êxtase. Ouvia claramente o locutor falando meu nome, o quanto eu havia lutado para chegar ali e pedindo o apoio do público. Cruzei a linha. O mais incrível é que consegui ver exatamente o tempo com que cheguei: 4h12' (pace de 6'/km).

Acordei com uma sensação tão boa que fui correndo anotar o tempo, para não esquecer. Parecia sinceramente que estava com a endorfina no corpo, de tão bem que me sentia. Foi um dos melhores sonhos que tive na vida.

Só que agora estou uns 90% bom da contusão (aparentemente uma bursite no joelho), mas, faltando 7 semanas para a prova, não tenho condições de me preparar adequadamente para ela. Consegui melhorar sem fisioterapia, só evitando subir e descer escadas, bem como os movimentos que me causavam dor... o custo: um mês de treinos leves e mais um mês sem treinar.

Voltei na semana passada. Pensei em uma estratégia maluca, de ir aumentando 10 minutos por treino até lá, para ter alguma condição mínima de fazer uma prova decente. Cheguei a fazer isso por 4 treinos, passando de 40 minutos para 1h10', mas desisti de seguir nessa estratégia. Senti que estava forçando demais, o que, para mim, é grande chance de contusão. Resolvi, então, fazer os treinos com mais calma. Acho que, se tudo der certo, dá para me preparar razoavelmente para uma meia maratona até lá. Aí no dia eu resolvo, ou faço a meia e saio da prova no meio (mais provável), ou alterno com caminhada e vou como der.

Quanto ao sonho, fica para um segundo momento. Seria bem significativo para mim completar a maratona exatamente em 4h12'.

Continuo com o mesmo amor pela corrida que sinto desde o início...

terça-feira, 30 de julho de 2013

sigo na batalha

Depois de mais de um mês sem correr, acho que a fase da negação está finalmente chegando ao final. Ainda fico triste quando me perguntam sobre as corridas, coisa que todos os meus amigos acabam fazendo, mas faz parte.

No exame de ressonância do joelho direito, deu quase tudo e, ao mesmo tempo, nada. Apareceu tendinite leve de semitendinoso e semimembranoso, além da condromalácia patelar, mas nenhum deles é causa da minha dor, aliás estava totalmente assintomático em relação a essas duas patologias. Parece mais um reflexo do que já tive no passado e que já me causaram perda de treinos em outras ocasiões. A tendinite patelar, que foi a suspeita inicial, já havia sido praticamente descartada e realmente não apareceu.

Embora não tenha saído no parecer, o ortopedista viu nas imagens uma bursite que, esta sim, deve ser a causa da dor que sinto, que não se encaixa em nenhum dos males mais comuns dos corredores. O problema é que a consulta foi feita a distância, por um ortopedista amigo da minha mulher, que é médica, e acabei não conversando com ele para entender melhor. Receitou o tradicional: fisioterapia, que não comecei.

Estou evitando ao máximo subir e descer escadas e, quando o faço, vou degrau por degrau. Sinto que a dor está, bem devagar, diminuindo. O problema é que faltam menos de 2 meses para Berlim e agora praticamente não dá mais jeito. É muito triste organizar uma viagem de férias em função de uma corrida e depois não poder correr. Paciência.

Em 4 anos de treinos, é a 3ª contusão que me impede de treinar por mais de um mês, e foi tudo na perna direita. Como cada problema foi diferente do outro, não é motivo para abandonar o esporte, mas tenho que tomar muito cuidado (ainda mais) nos treinos. Esse agora surgiu quando introduzi ladeiras.

Essa semana devo voltar aos treinos leves na esteira, até porque eles não provocam dor e não foram contraindicados pelo médico. Vamos ver a evolução. Se sentir dor, paro novamente. Mas preciso me movimentar, porque estou comendo muito e já estou com medo da balança...

quinta-feira, 4 de julho de 2013

No news, no caso, is bad news

Perdi definitivamente a Meia da Caixa.

As dores continuam, mais ou menos na mesma intensidade, acho que já faz 1 mês. Não são no joelho, mas mais abaixo, à direita. Incomoda bastante no dia a dia, toda vez que dobro a perna. É bem desagradável. Fiz uma Ressonância, mas ainda não saiu o resultado. No começo continuei treinando, mas achei que estava piorando e agora já estou há uma semana sem correr. Aguardo o resultado do exame para avaliar melhor. Tudo indica ser alguma coisa no músculo tibial ou flexor do pé.

Vamos ver se me recupero a tempo da Maratona de Berlim. Se não der, paciência que minha vida é boa demais e não tenho motivos para reclamar. Mas é claro que é chato.

Continuo com a mesma motivação para voltar a correr, como sempre!

segunda-feira, 27 de maio de 2013

A mais nova oportunidade de superação: Tendinite patelar

Lá vamos nós. Quando achava que estava recuperado de tudo, e a preparação ia as mil maravilhas, adquiro uma nova dor, da tendinite patelar.

Tudo indica que foi uma consequência dos treinos de ladeira, que havia introduzido com vontade nos longões, sem uma adaptação adequada. No geral este problema ocorre, para quem corre, nas descidas. Além disso, é muito comum em esportes com saltos muito frequentes, como vôlei e basquete.

Estou tomando antiinflamatório, alongando e reforçando a musculatura. Vou tentar continuar correndo de forma leve apenas na esteira, já que os desníveis da rua são terríveis para este problema. Além disso, pretendo complementar com o transport, que praticamente não tem contraindicação.

O pior é que a dor piorou na semana passada porque eu demorei para identificar a causa. Como este nervo passa bem perto da pele, abaixo do joelho, eu achei que era algum pelo inflamado ou algo do gênero e forcei muito na musculação na cadeira extensora, o que não é nada recomendado.

Temo que este problema se prolongue atrapalhando as metas do ano, até mesmo a maratona, já que tendinite costuma ser chato de tratar. Até quarta-feira eu avalio as condições e decido o que fazer...

Não há de ser nada. E vamo que vamo devagar com o andor que o santo é de barro ;-)

(Nota posterior: não era Tendinite patelar, mas sim uma bursite no joelho)

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Como trato minha fascite plantar

A fascite plantar pode atrapalhar bastante. Tenho, bem controlada, desde 2009. Aqui faço um relato das coisas que funcionam para mim e permitem que ela atualmente ela não me prejudique. 
 
Antes de começar esse relato, queria dizer algumas coisas. Primeiro que não sou médico ou profissional de Educação Física, apenas um corredor amador desde 2009. Relato aqui apenas o que funciona comigo. Como não envolve remédios ou algo equivalente, me parece que não há maiores riscos em alguém seguir o que digo aqui. É claro, entretanto, que essa não é a solução definitiva para a Fascite Plantar de todos, pois o corpo humano apresenta muita variabilidade, então o que serve para um pode não adiantar para outro.

Tive Fascite Plantar pela primeira vez em 2009, e ela perdurou por uns 4 a 6 meses. Foi terrível. Senti muita dor, fiz muita fisioterapia, gelo, alongamento, até que ela se foi. De lá para cá, vez ou outra ela aparece, diria uma vez a cada 3 ou 4 meses, mas agora eu consigo resolver com facilidade e não dura mais que 1 ou 2 dias. Semana passada aconteceu uma dessas crises. Estava já há 4 semanas sem fazer treinos longos e acabei fazendo um maior do que deveria. No dia seguinte, senti ao acordar que a fascite veio com força. Dois dias depois, entretanto, ela já havia ido embora seguindo os tratamentos abaixo.

Então, o que eu normalmente faço para resolver o problema?

1) massagem com bola de pet shop (em caso de crise)

bola de pet shop - meu arquivo













Essa é minha grande companheira em caso de crise. Custa baratinho e resolve. Passo o pé por cima, para frente e para trás, até cansar. Deixo na mochila que carrego todo dia ao trabalho. Durante o dia, enquanto estou no computador, massageio sempre que possível. Quando a dor está maior e a região mais sensível eu massageio mais suavemente. Depois ela vai melhorando e aí faço com mais força.

Uma coisa que me ajudou foi comprar um sapato sem cadarço. Assim fica mais fácil colocar e tirar rapidamente e posso fazer o exercício com maior frequência.

Uma questão importante é o tipo e formato da bola. Na minha visão essa é a melhor. Existem muitos formatos e tamanhos, eu testei vários até chegar a esse. Essa é uma bola de cachorro grande! as bolas pequenas, com poucos ou baixos relevos para mim não funcionaram muito...

2) uso de tênis minimalista (trabalho preventivo)

Já identifiquei que não posso correr com tênis com muito amortecimento. Era esse que usava na época que tive a primeira crise:

Nike Vomero 4 - meu arquivo - tive problemas com esse tênis














É incrível, mas era eu usar esse tênis, que na época custava mais de R$500 (eu havia comprado lá fora muito mais barato), que na manhã seguinte estava com fascite. O negócio chegou a um ponto que até mesmo para andar um dia inteiro com ele acontecia a mesma coisa. Vendi a um amigo que não tinha o mesmo problema.

Hoje uso tênis minimalistas ou quase, como o Nike Free ou o Olympikus Rio e tiro as palmilhas para ficarem ainda mais leves.

Além desse tênis, já tive a fascite também provocada por um sapato que usava para trabalhar. O curioso é que ele era um sapato da linha comfort, com mais amortecimento e teoricamente melhor para os pés. Mas também já tive com um sapato super duro e sem nenhum amortecimento e sola de couro. Minha conclusão quanto à isso é que meu sapato deve ter um amortecimento intermediário. Essas foram crises leves, que resolvi com os tratamentos aqui descritos e trocando o sapato.

(Para uma discussão mais profunda desse tema há diversos sites na internet (procure tênis minimalistas, corrida descalça etc), bem como outros posts aqui nesse blog.)

3) Exercícios de fortalecimento (preventivo)

Faço também um trabalho preventivo de fortalecimento (musculação) que ajuda bastante. Segue abaixo um vídeo.

Neste vídeo, que fiz de mim mesmo em um feriado, há dois exercícios. O primeiro é mais para evitar canelite e fratura por estresse na tíbia. Essas são contusões bastante comuns em quem corre, das quais consegui me manter afastado. O segundo é um exercício especifico para fortalecer os pés, muito bom para evitar a fascite. Eu procuro fazer 3 séries de 12 de cada um, alternando cada vez um pé. Com o tempo, aumento aos poucos o peso. Acho esses exercícios ótimos para quem corre. Sinto que, quando eu reduzo esse fortalecimento a tendência de volta da fascite aumenta.

Só se deve tomar cuidado pois não se deve jamais realizar fortalecimento com dor! Esse não é para a fase de crise!

4) Alongamentos (preventivo/curativo)

Há diversos alongamentos que são úteis. Destaco o alongamento de panturrilha e os dos próprios pés. No Blog do Xampa tem umas fotos interessantes sobre o tema.

5) Massagem e gelo

Mal não fazem. Costumava fazer um trabalho preventivo semanal com um massagista/fisioterapeuta no qual diversos pontos eram estimulados, até porque já tive diversas contusões além da fascite (as tendinites mais diversas, epicondilite, condromalácia bi-lateral etc). Funcionou bem naquele tempo.

Quando a crise é pior, mergulho o pé também em uma bacia com gelo, por uns 15 minutos. Mas isso é bem mais raro.

Uma dica dada pelo Lelo Apovian, corredor amador de performance, é fazer compressa quente logo após o trabalho com gelo. Acho que é uma ideia interessante e que pode ajudar.

Conclusões

O principal de tudo é pesquisar bastante, para não cometer nenhum erro, e saber o que funciona para si. Como engenheiro, antes acreditava que existiria uma receita de bolo que funcionasse para todo mundo, afinal o corpo é uma máquina. Com o tempo descobri que não é assim. Cada um tem suas particularidades. É preciso se conhecer melhor!

Alguns médicos talvez digam que tem a solução. Desculpa a sinceridade, mas eu fugiria dos que dizem que conhecem a solução e em casos leves ou médios ela não é fisioterapia, alongamento e fortalecimento (nos casos mais graves há cirurgias). Hoje não há consenso na literatura sobre nenhum outro método. Pode ser que o procedimento dele funcione, pode ser que não.

Outro ponto a destacar é que, embora eu tenha colocado aqui várias opções que já usei em algum momento, hoje a fascite plantar realmente não é algo que me incomoda. Desde a primeira vez, em 2009, nunca mais tive qualquer limitação por conta dela. No geral a massagem com a bolinha com o fortalecimento preventivo já dão conta do recado muito bem. Pena que, como disse, o corpo humano seja único e o que funciona para mim pode não funcionar para outros.

domingo, 28 de abril de 2013

Constatações da volta

1. Para ganhar condicionamento, é na escada, um degrau de cada vez. Para perder, é de elevador...
2. A parte músculo-esquelética piora muito mais rápido que a cardio-respiratória. Em outras palavras, no dia seguinte da volta você estará todo dolorido...
3. Minha fascite plantar às vezes volta, mas eu derrubo ela fácil-fácil. No próximo post explico como (claro que meu método não vai servir para todo mundo).
4. Como é bom o Bosque da Barra para treinar!
5. Para quem quer evoluir, tem que aprender a ouvir seu corpo e entender que as dores virão em algum momento. Com o tempo aprendemos melhor o que é normal e o que merece preocupação.
6. Musculação é, definitivamente, um mal necessário (não acho tão ruim assim, mas certamente é pior que correr)
7. Se minha ansiedade não me matar até setembro (estréia prevista da maratona), estou no lucro.
8. Comprar tênis do modelo antigo assim que lançam o modelo novo em loja outlet é o que há.

Volto aos poucos, respeitando o corpo e as dores. Hoje foram 15k maravilhosos no Bosque da Barra. Vamos ver o que a próxima semana reserva.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Para não dizer que não falei das flores

Voltei!

Foi uma corridinha progressiva leve na esteira, mas para mim teve sabor gostoso de recomeço.

Gosto deste ciclo de fim e começo, ainda que, dessa vez, a parada tenha sido forçada. Foram, se não me engano, 16 dias sem correr. Mais do que gostaria. Tempo suficiente para muita coisa. Tive dor, falta de apetite, tive tristeza por amigos que não conhecia mas que se foram, mas não perdi a esperança por dias melhores.

Sabia que, ao final de tudo, ela estaria lá me esperando. Como sempre, de braços abertos. Tão linda como das primeiras vezes, há mais de 4 anos, ainda que agora o amor esteja já bem mais maduro. Importante é que não perdi nem um pouco do tesão por ela.

Me senti vivo de novo!

Alguns mais puristas dirão que a esteira não seria um cenário ideal. Talvez. Mas mais importante para mim, é constatar que o cenário está mesmo dentro da gente. E o meu tinha mar, montanha, até cachoeiras...

As pernas e o pulmão reclamaram, como que perguntando porque havia ficado tanto tempo sem exigí-los e, de repente, querendo tudo deles de uma vez. Infelizmente não pude responder, que eu não falo a língua das pernas e do pulmão. Tudo que pude fazer foi seguir dando um passo depois do outro, mostrando que, sim, eu estava sendo um sujeito mesquinho exigindo tanto depois de tanto tempo, mas explicando com os pés que era tudo justificado já que a alma não era pequena.

Agora sinto dores. Normais. Dores pequenas. São as pernas que reclamam. Não há de ser nada. É só a forma delas conversarem comigo. Já estou acostumado. Posso dizer, e sei que aqui estou entre amigos que curtem a corrida tanto quanto eu e que, por isso, vão me entender, que eu gosto dessa dorzinha nas pernas.

O melhor foi constatar mais uma vez, que, afinal, não há nada que uma boa corridinha não cure...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Reflexões pós-parada forçada (ou "estou voltando")

Finalmente voltei às minhas atividades normais, ao menos de trabalho.

O apetite ainda não está 100%, nem o paladar, e ainda sinto algumas dores no quadril. Mas, perto do que estava, está tudo ótimo. Quinta faço uma massagem e espero zerar as dores.

A ideia é no fim de semana conseguir dar uma trotada e voltar aos trabalhos esportivos.

A vida é assim, feita de momentos bons e ruins. Aliás, às vezes penso que a vida só com bons momentos, seria meio sem graça. As fases difíceis criam em nós uma motivação enorme para recomeçar, para tentar de novo, para fazer diferente, para crescer...

Isso aí, turma, bola pra frente... agora é fazer a preparação com olhar em duas provas com diferença de 12 semanas, a Meia da Caixa e a Maratona de Berlim.

domingo, 7 de abril de 2013

Quando perdi a prova-alvo do semestre para um pequeno mosquito

A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Chico Buarque, Roda Viva

Estava tudo pronto. Treze semanas de treinos, na sua maioria bem realizados, um último longão de 22,5k duas semanas antes que tinham criado boa expectativa, polimento indo de vento em popa, mas... voltei da viagem do feriadão com umas 1000 mordidas de mosquito e (pelo menos) uma delas era a maldita da dengue.

Tudo começou na quarta à tarde, 4 dias antes da prova. De lá para cá, aquela história que todo mundo sabe, muita dor no corpo, principalmente quadril e pernas, febre constante, enjôo, perda do paladar (muito estranho isso, fica tudo com gosto igual) e perda enorme de apetite. A única coisa que desce melhor é caqui, então estou vivendo à base disso he he. Os 3 primeiros dias foram um pesadelo porque a febre foi constante, mas agora são dois dias melhores, ainda que bem ruins. Na minha família nunca havíamos tido, então não conhecia bem os sintomas. Paciência. Pelo menos a dengue não é hemorrágica.

Não tem muito o que dizer a mais. Devo estar perdendo bastante peso por conta da perda de apetite. A prioridade é melhorar, para voltar a trabalhar e treinar. A ideia é redirecionar os treinos para a meia da Caixa, em 7 de julho, na qual já estava inscrito. Nessa altura (em julho) já deveria estar começando os treinos para a maratona, mas creio que dê para acomodar tudo sem muitos problemas.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O polimento para a Asics que nunca será

Escrevi este post no início da semana, mas não tinha colocado no ar porque faltavam as fotos. De lá para cá tudo mudou, e no próximo post eu explico o motivo. O fato é que não farei mais a Asics, mesmo depois de 13 semanas de treino. Contraí uma dengue nesta viagem que relato aí abaixo.

Sigo agora esperando a Golden Four, que será no próximo domingo. Essa semana serão 2 trotezinhos leves e estará tudo pronto. Essa é a fase que preciso tomar cuidado para não engordar, já que as atividades físicas ficam reduzidas, e ganhar peso é tudo que não quero para a prova.


A semana passada foi de corridas em 3 cidades diferentes, por motivo de viagem. Antes disso, no sábado, havia feito um ótimo longão, meu treino mais longo até hoje, com 23k. Consegui correr mais cedo e, com a temperatura mais amena, dessa vez não quebrei. Quanto à semana, terça foi um treino contínuo na esteira da academia, aqui no RJ mesmo, quinta foi um de ritmo estilo ironguides em Muriaé (MG) e sábado fiz um longão leve (longuinho) em Paraíba do Sul (RJ), próximo à Juiz de Fora.

O treino de Muriaé foi doído, porque foi feito em ladeira, algo que não estou treinando. Seguem as fotos.


Rio Muriaé. A pista de corrida e caminhada segue ete rio.

Imagem do Cristo, réplica do Cristo redentor com altura pouco menor.
Esta é basicamente a pista de treinos, a beira da estrada. Ou se está subindo, ou descendo como aqui.


Imagem bucólica


O treino era no estilo ironguides (200 m fortes por 20" leves), mas, como já estou na fase de polimento, caiu de 60 repetições da semana anterior, para 30. Tive dificuldade para regular a velocidade, visto que era o tempo todo subindo e descendo, e acabei forçando demais nas descidas e ficando com uma dor forte no pé nos dias seguintes. Pela minha experiência (depois de 4 anos tinha servir para alguma coisa he he) imaginei que, embora forte, era apenas do esforço e iria embora como veio. De fato isso aconteceu e hoje já não sinto nada. Mas o aprendizado é que no polimento não é hora de fazer nada que não foi treinado antes. Devia ter feito o treino em um local plano que, embora bem pior, permitiria fazer o treino com mais tranquilidade.

Já o treino em Paraíba do Sul foi leve, mas gostoso. Seguem as fotos.

Aqui a pista de Paraíba do Sul, no caminho para Werneck. É basicamente a margem da rodovia, como a outra.
Outro trecho da mesma pista


Ainda estava com dor no pé, que incomodava principalmente nas descidas, já que o treino também tinha ladeiras, mas dava para aguentar. Fiz um percurso de cerca de 5 km, que é uma espécie de ciclovia, entre Paraíba do Sul e Werneck. Fui, voltei e fui mais um pouco, rodando pouco menos de 14k, em 1 hora e 20 minutos.

Que venha a Golden Four!

Estratégia: A ideia é dividir a prova em 3. O primeiro terço faria em torno de 5'30"/k, o segundo a 5'20"/k e o terceiro como der, a princípio a 5'10"/k.
Alimentação e hidratação: Café da manhã de prova, composto de uma banana, um sanduíche de pão de forma integral com queijo minas e um suco. Uma paçoca na hora da largada. Depois um gel com 40 minutos, 1 paçoca com 1h20' e outro gel mais perto da chegada, caso sinta necessidade. Todos com gatorade da organização. Muita água na cabeça!

quinta-feira, 21 de março de 2013

Análise ciclo da Meia Asics 2013

Chego a reta final de preparação para a Meia Maratona da Asics. Essa semana é a última de treinos fortes, depois serão 2 semanas de polimento. Tenho treinado 3 vezes por semana, enquanto ano passado eram 4 treinos.

Hoje foi o maior treino de ritmo, o famoso 60 repetições de 200 metros em ritmo de prova (no meu caso mais rápido que isso, a 13,5 km/h) e 20" lento (no caso 8,5 km/h). O povo acha chato este treino, mas para mim é bastante motivador he he. Na véspera eu já deixei tudo preparado, até porque é preciso acordar cedo para encará-lo. Acordei, ainda escuro, às 5:30h. Acho que deve ser o melhor treino já inventado na face da terra para perder peso, porque o que se sua não é brinquedo não. Sei que o Ironguides puro sugere que se faça a parte mais rápida em ritmo de prova, mas para mim funciona muito bem fazendo mais rápido, então sigo assim. No total, com aquecimento e desaquecimento, deu mais de 1h30' em cima da esteira!

Os treinos de tiro tem sido substituídos, desde que a coluna apitou, por um de ritmo também, na esteira de 40 minutos (+aquec/desaq). Nesta semana fiz progressivo, e foi ótimo. Comecei a 12 km/h (5'/km) e terminei a 14 km/h (4'20"/km).

Tenho feito apenas os longões de sábado no asfalto. Nas últimas duas semanas esse treino não foi muito bom, principalmente nessa última. Como havia chovido na véspera a noite, achei que a temperatura estaria tranquila e acabei acordando mais tarde do que deveria. Conclusão, o calor era muito forte e quebrei... a ideia era dar 3 voltas na Lagoa, o que dá 22,5k, mas acabei fazendo umas 2 e meia (ainda não baixei os dados do garmin). Simplesmente não conseguia continuar. Na semana anterior, até consegui fazer as 3 voltas, mas foi sofrido, tanto que não dei os tiros previstos no meio. Definitivamente não me dou bem com o calor. Fico com a impressão que esses treinos seriam mais proveitosos com uma temperatura mais adequada. Mas está difícil acordar mais cedo no sábado, acabo terminando os treinos lá pelas 9:30h e com temperatura acima de 30º.

O 4º treino semanal, que não tenho feito, era para ser um alternado. Uma semana seria de ladeira e outra de ritmo progressivo. Mas os outros 3 são os principais.

Não sei ainda bem o que esperar da prova em termos de tempo. Minha ideia era tentar bater o RP de 1h49', mas acho que será difícil. Acredito ser mais realista algo mais próximo de 1h55', embora esses treinos do Ironguides não dêem muito parâmetro para a prova e sempre me deixem na dúvida do que dá para fazer. A preparação desse ano também foi prejudicada pelas dores na coluna que tive, que me obrigaram a reduzir os treinos e a não incorporar o 4º dia de treino semanal. Não sei ainda o efeito que isso terá no dia D. Como gosto de pensar e planejar isso tudo he he!

Uma coisa é certa. Ainda que talvez não tão bem quanto ano passado, estou bem preparado para fazer uma boa prova, já sem dores e com ótima expectativa!

sexta-feira, 8 de março de 2013

El cruce

só isso... não sei quando, mas eu vou!

quarta-feira, 6 de março de 2013

Bike ao trabalho e melhora


Duban Bay 6 Pro

Durban Bay 6 Pro
Sexta-feira passada fui ao trabalho pela primeira vez de bike. É essa aí das fotos, uma dobrável que adquiri recentemente com essa ideia. Me cadastrei no site bike anjo e recebi ajuda de um anjo, a Aline, que se prontificou a vir comigo na sexta passada da Tijuca ao Centro (cerca de 6km) :-)

Fiquei um pouco receoso do trânsito, mas meu medo maior era de ser assaltado, pois no caminho passo perto de uma região um pouco arriscada. Além disso, a bike é nova e, por ser dobrável, vermelha, e de aro 20, chama a atenção. Nada aconteceu, entretanto, e foi bem legal.

O único problema foi que suei muito, apesar do dia não estar muito quente. Vários fatores combinaram para isso. Primeiro, já transpiro muito naturalmente. Depois, estava de calça e blusa de manga comprida, capacete (emprestado) e ainda com uma mochila nas costas. Sem falar na tensão de estar fazendo aquilo pela primeira vez. Ainda bem que já havia lido umas dicas na internet e levei um lenço umedecido para tomar aquele famoso "banho de gato" he he, já que banho mesmo não tem como, pois não tenho chuveiro no trabalho.

Se valeu? valeu. Faria de novo? sim. Poderia ser bem melhor? sim, se a cidade tivesse mais preparada para aqueles que usam a bike como meio de transporte.

Quanto à minha coluna, já está praticamente 100%. Tudo que fiz foi substituir os treinos de tiro por um mais leve (valeu Gilmar pela dica), bem como massagem com o Molejo. Aliás ele deu uma puxada no músculo por cima que deu um estalo e depois disso eu melhorei uns 80% de cara. Bom demais!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

De quando olhei para dentro



Por que eu corro? acho que uma das coisas legais do blog é poder, de tempos em tempos, fazer uma reflexão nesse sentido.

Estou com quatro anos de corridas, uns 3 de blog, algumas lesões, muitos bons amigos e, sei lá, umas 15 provas nas costas. Definitivamente passou aquela fase inicial. Já posso dizer que sou um corredor com uma certa experiência, ainda que as contusões tenham reduzindo minha prática nesse tempo.

Não faço prova toda semana nem todo mês. Parte porque a brincadeira sai cada vez mais cara, mas parte também porque não é meu perfil. Não sou um cara tão festivo. Sou um corredor de treino, de dia-a-dia, da repetição para melhorar... gosto de ter metas específicas, e de me dedicar a cada uma delas, claro que com exceções no meio que a vida também é feita de circo.

Embora o entusiasmo inicial tenha passado, incrivelmente minha motivação para correr não diminuiu em nada com o tempo. Muito pelo contrário. Analisando meu início como corredor, quando dividia a corrida com as aulas de spinning, a vontade de correr só aumentou. Interessante isso. Não me lembro de ter feito muita coisa na vida que tenha se tornado melhor com o tempo. Ou não. Sei lá. O sexo também ficou melhor com o tempo. Talvez a própria vida também, que aprendi melhor o que tem valor e o que não tem. Ou não, que, por outro lado, perdi um pouco daquele entusiasmo de quando era jovem e imortal e ainda lutava por meu lugar ao sol. Aos 40 anos e ainda com muitas metas, já estou em uma fase que parece que o lugar ao sol já chegou, o que é muito bom. Só que fica aquela questão do que tem depois do sol. Mas vou fugir desse assunto que ele não á para uma prosa de bar como essa aqui...

Voltando a corrida. Tenho então uma atividade pela qual sou cada vez mais apaixonado, mas que tenho muita dificuldade de explicar. Li então hoje um texto que me ajudou a entender um pouco:

"Each sport has its characteristic phenomenology – what it's like to engage in it, and without direct experience you can only have a vague idea of what that phenomenology is all about: to put it bluntly the essence of sport is ineffable. People who have shared this type of experience can talk to each other meaningfully about it, but an outsider to the activity is also an outsider to the meaning of talk about it.
It's like the blind not knowing what the fuss about seeing colours is all about, or the pre-orgasmic child wondering why adults seem so obsessed with this mysterious thing called "sex".

 Traduzindo livremente, seria algo como:
"Cada esporte tem sua fenomenologia característica - como é a sensação de participar dele, e sem experiência direta você só pode ter uma vaga ideia do que é esta fenomenologia: para simplificar, a essência do esporte é inexpremível. As pessoas que dividem este tipo de experiência podem falar umas com as outras de forma significativa sobre ela, mas alguém de fora da atividade também fica excluído da possibilidade de entender o significado do que se fala sobre ela.
É como um cego não entendendo a importância que se dá às cores, ou uma criança pré-orgásmica pensando porque os adultos parecem tão obsessivos com esta coisa misteriosa chamada sexo"

Filósofo Colin McGuin, citado em:
http://www.guardian.co.uk/lifeandstyle/the-running-blog/2013/feb/27/not-running-for-charity
(grifo meu)

Acho que concordo muito com o que tem aí. Nós, corredores, tanto quanto os triatletas ou atletas que se dedicam de verdade a qualquer modalidade, passamos por uma experiência única. Está claro também que não é só com a corrida que isso acontece, como nós apaixonados pensamos. A bailarina que acorda às 4:30 pode sentir o mesmo amor pela atividade que nós...

Por experiência própria, entretanto, só posso falar assim da corrida. Quando ela atinge o âmago de um ser humano, é algo muito intenso. É das coisas mais poderosas que me atingiu e hoje tem participação central na minha vida. Sinto a endorfina na veia, e a falta dela me causa uma sensação ruim, como um apaixonado que se afasta da coisa amada...

Refletindo um pouco mais, entretanto, hoje creio que a corrida significa algo diferente para cada pessoa. Definitivamente, não são todos que sentirão o mesmo prazer em acordar cedo para fazer um treino de tiro, por exemplo. Para mim é uma superação pessoal. Cada vez que acordo cedo para treinar, sinto que estou me tornando alguém melhor. Com disciplina, foco, saúde, enfim... e aí entra também a competição. Ela permite resumir todas essas coisas em algo mensurável, e quem é engenheiro gosta disso, não posso negar. Acredito que minha maior motivação venha da necessidade de ser melhor a cada dia, quantificada na evolução contínua nos meus tempos. Só que essa um dia irá parar e terei que arranjar algo mais para me tirar da cama. Mas eu acho... ah, se acho.

E aí vem a 2ª pergunta. Para que o blog? comecei como uma forma de motivação. De vontade de mostrar aos 4 ventos aquela sensação maravilhosa. De ganhar leitores. Com o tempo, a coisa mudou. Perdi a vontade de fazer aqueles posts do tipo "treinei bem" e, como não participo de muitas provas, fiquei meio sem assunto. Resolvi "falar" só quando tivesse algo mais relevante para dividir. A quantidade de leitores deixou de ser algo relevante. Até porque eles continuam poucos, como deviam ficar. No fundo, somos mesmo uma ilha e quando paramos de vez alguns se lembrarão de nós por alguns anos, certamente nossos entes queridos, mas depois de 100 anos não seremos nada mesmo. Valerá mesmo as experiências que tivemos...então penso que o blog é legal nisso. Com o tempo a memória fica cada vez mais fraca. Ficamos talvez com o que seja essencial, com algumas lembranças. O que está registrado aqui permanece. É um registro desses tempos maravilhosos que estamos vivendo. Somos talvez a 1ª geração que tem uma oportunidade real de deixar registrado quem éramos ou o que pensávamos...

E aí tem também a interação com outras pessoas que comentam aqui no blog. Quando tenho uma dificuldade, todos se prontificam a ajudar, e daí vem o caminho para a cura. Como agora, e isso já aconteceu antes. Ainda que com todos os defeitos, somos criaturas solidárias!

Provavelmente a maioria dos meus poucos leitores já pararam de ler antes, que o texto ficou muito longo e meio sem sentido também, mas, sinceramente, who cares? a procura de mim mesmo é um processo constante e esse aqui ainda é um dos principais meios de me buscar. Alcançar? nunca, que eu sou mesmo um alvo mutante ;-)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A danada da coluna

As dores na coluna estão me incomodando.

Começou devagar, e eu achei que ia passar logo, mas não foi assim. Quando treino, na maioria das vezes não doi, pois o corpo fica aquecido. Doi no dia a dia e nos treinos de tiro, que agora então parei de fazer.

É triste, porque venho evoluindo muito nos treinos e no peso. Já perdi quase 3 kg, e o melhor é que, com a combinação que encontrei de treinos de corrida e reforço muscular, as pernas estão se comportando de maneira maravilhosa, sem nada para incomodar. Aí vem a danada da coluna, onde tenho uma protusão do disco lombar, diagnosticada há uns 10 anos.

Não estou conseguindo horário com a massagem/fisioterapia para 2 sessões por semana, apenas uma. O problema é que é pouco. Depois faço treino forte e a dor volta. E tem aumentado. Vou tentar reduzir os treinos e, de repente, voltar ao osteopata.

Estou na 8ª semana de 13 para a Meia Maratona da Asics, minha prova-alvo do 1º semestre. Mas ainda tenho uma 2ª chamada na Meia da Caixa, em julho. O problema é que essa já ocorre em período de preparação para a Maratona de Berlin, que é final de setembro e é a grande prova do ano. Mas tudo é contornável. Importante mesmo é conseguir treinar sem dor. De preferência forte, que é o que me motiva.

De vez em quando tenho que escrever essas coisas aqui, até para ficar registrado para mim.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Treino em Friburgo

Carnaval foi com a família em um hotel perto de Friburgo. Tudo bom demais!

Consegui manter os treinos de corrida como mandava a planilha, mas não a musculação, porque eram poucos equipamentos e (principalmente he he) por causa da preguiça.

Fiz 3 treinos. Primeiro inventei um longão pela região. Foi legal, ainda que não tenha selecionado bem o trajeto e chegado em algumas estradinhas sem saída das quais tive que voltar. Chegou perto de 2 horas, incluídas aí os aquecimentos/desaquecimentos e tiros do meio. Fiz também o treino de ritmo, que era composto por 15' de aquecimento, mais 24 séries de 200m forte e 20" fraco, além de 15' de desaquecimento, pelas estradas da região. Esse treino normalmente eu faço na esteira, pelo menor impacto e pela facilidade de controlar a velocidade, mas foi tranquilo fazer na rua. O treino de tiro foi duro como sempre.

Sinto dores na coluna e um incômodo no quadril no dia a dia. Estou aumentando minhas sessões de massagem/fisioterapia preventiva para 2 vezes por semana para ver se elas passam. Será uma pena ter que interromper os treinos, pois a evolução está boa demais.

O peso é que está difícil controlar. Tenho meta de chegar aos 66 kg na Asics, dentro de 2 meses, mas, por enquanto eu aumentei de 69kg para 70kg. Após o carnaval, entretanto, foquei mais e agora acho que vai.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Amo muito tudo isso

Aos poucos o corpo se adapta novamente à rotina de treinamentos. Sinto aquelas dores normais de início de temporada. A panturrilha sente o treino de velocidade, o quadril sente a abdução e adução de quadril etc. Ao mesmo tempo, a motivação volta para comer mais comedidamente, sem que isso significa comer de maneira ideal... enfim, tudo volta aos trilhos.

Sigo treinando 3x na semana e fazendo reforço muscular outras 3x. Em algum momento tenho que fazer a transição para 4x de corrida e 2x de musculação. Deixo o corpo dizer o momento certo de fazer isso...

A lamentar até o momento só a (quase) impossibilidade de usar o maracanã nos treinos, devido às obras para a Copa. Se mantiverem a ciclovia, está bom demais... Esta semana fiz o treino de tiros na praça Afonso Pena, mas o percurso é curto então tenho que fazer curva.

Terceira semana de treinos para a Meia-Maratona da Asics! Vamo que vamo!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Relato de prova: Corrida de São Sebastião 2013

Esta é uma provinha bacana que decidi incorporar no meu calendário depois de corrê-la em 2011. Ano passado, por estar me recuperando de contusão, não participei.

Início de temporada, quilos a mais e quilometragem de menos, calor forte, não é hora de forçar nada, certo? bom, ao menos era isso que eu devia ter pensado, ou melhor realizado, porque pensar eu até pensei... he he.

A prova, assim como a de 2011, foi realizada sob forte calor. Da largada  até o 5k foi com sol à pino, sem trégua. Depois até o 8k ficamos com o mormaço e depois até o final sol forte de novo.

O fato é que comecei muito forte, não sei pensando em quê. Ou melhor, sei. Esperava, ainda que sem condições, bater meu recorde na distância, na faixa de 49'. Só que não estava preparado para isso e, assim, o ritmo estava forte demais. Larguei relativamente bem posicionado, mas mesmo assim tive que fazer muitas ultrapassagens. Ainda assim fechei o primeiro quilômetro em 5'03". Até os 4k o ritmo foi mais ou menos constante, na casa de 5'/k até 5:11/k, e fechei os 4k em 20'19". O esforço para manter essa velocidade era mais forte do que deveria e, por isso, não consegui manter a partir daí. O 5k já foi de transição, na faixa de 5'15"/k, e a partir daí até o final virei entre 5'20" e 5'30", fechando a prova em tempo não oficial ainda 53', média de 5'15"/km. Terminei a prova pensando que poderia ter corrido melhor. Faz parte.

Ainda que não tenha adotado a estratégia correta, foi um bom aprendizado. É muito bom participar de competição por isso. O erro de correr forte demais no início é comum e deve ser evitado a todo custo! Prova que não é para recorde deve ser corrida em ritmo mais lento no início para guardar perna para o final! Além disso, cada vez consigo dormir melhor em véspera de prova. Dessa vez dormi normalmente. Além disso, a prova serve para testar estratégias de alimentação e hidratação. Resumindo, a cada competição me sinto mais preparado e experiente.

Quanto à festa, não encontrei ninguém conhecido, mas depois da prova fiquei aguardando a premiação dos canelas-finas. Ganhou um queniano que correu em menos de 30'. O Robson Caetano entregou algumas medalhas e é uma simpatia. Foi feito um protesto pela demolição do Célio de Barros e ele ergueu as faixas e deu apoio. Bacana!

A próxima parada, a princípio, é a Meia da Asics, em abril, a menos que surja algo imperdível até lá (não espero). 

Seguem abaixo minhas parciais na prova, tiradas do Garmin:

Split
Time
Distance
Avg Pace
Summary53:02.410.105:15          
15:02.6 1.00 5:03
25:10.9 1.00 5:11
34:59.7 1.00 5:00
45:05.4 1.00 5:05
55:15.4 1.00 5:15
65:24.7 1.00 5:25
75:23.4 1.00 5:23
85:21.1 1.00 5:21
95:20.3 1.00 5:20
105:27.6 1.00 5:28
11:31.2 0.10 5:29

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Planejamento do ano

Essas são as provas principais do ano:

1. Asics 21k- 7/4
2. Maratona de Berlim 42k - 29/9 - INSCRITO
3. Circuito das Estações 10k - 1/12

Outras provas interessantes que devo participar, sem tanto compromisso ou treino específico:

1. Corrida de São Sebastião 10k - 20/1 - astral bacana - INSCRITO
2.  Corrida da Ponte 21k - 19/5 - visual lindo demais
2. Volta da Pampulha - 8/12 - chance de rever a família e a equipe

O que faço é estabelecer meu ciclo de treinamento para o ano em função das provas principais, e encaixar outras que gostaria de participar, desde que não me atrapalhe o treinamento para as primeiras. Ano passado, principalmente no 2º semestre, tudo funcionou muito bem assim.

A princípio é isso. Uma coisa que pode mudar é a priorização da Pampulha no final do ano e deixar para treinar para os 10k em outro momento. O ideal mesmo seria achar uma prova de 10k em junho, coisa que ainda não encontrei no calendário. Do jeito em que está, o tempo para me preparar para a Maratona de Berlim está muito longo (de abril à setembro) , pois minha série é de 13 semanas. Nesse caso terei que caprichar mais na base e não ir com muita sede ao pote, porque senão o corpo reclama.

Por hora o ciclo é de preparação para a Meia. Está tudo ótimo, estou na 2ª semana. Tenho feito 3 treinos de corrida e 3 de musculação por semana. Por enquanto é período de base, então está tudo relativamente leve. O duro está sendo voltar para a rotina de dormir e acordar cedo e, principalmente, me alimentar melhor. Preciso definitivamente ter alternativas para comer à noite.

Domingo é Corrida de São Sebastião. Essa é prova para me divertir, gosto do astral dela. Vou fazer de leve, que a hora não é para recorde. Um ritno de 5'30"/km está bom demais.