Maratona de Berlim 2013

Maratona de Berlim 2013

terça-feira, 25 de setembro de 2012

RP na meia em treino e considerações sobre treinamento

Sábado foi dia de longão. A planilha, que é por tempo, previa um treino de 2 horas. Resolvi fazer meu teste de velocidade para a Meia da Athenas, que agora está há menos de 1 mês (dia 21/10).

Para não repetir o erro da semana anterior, comecei a correr às 6h, na Lagoa. Com a previsão de chuva, nessa hora eram poucos que se aventuravam por ali.

A ideia era fazer o treino por volta de 5'30"/km até a metade, e depois ver o que dava para fazer. Acabei fazendo o treino todo por volta de 5'35". Não forcei muito, para não prejudicar os treinos da semana (a ideia do longão não é forçar tudo mesmo).

Mesmo sem forçar acabei batendo meu recorde pessoal (RP) da distância, ainda que em treino. Fiz em 1h57'42", contra 1h58'40" da Meia Maratona do RJ do ano passado. Foi um ótimo teste, e agora já tenho uma boa ideia do quanto dá para rodar na prova.

Algumas reflexões sobre o ciclo de treinos para a Meia desse ano x ano passado:

1. Estou mais lento. Ano passado em maio eu já estava fazendo treino de 19k com pace de 5'20" (depois reduzi os treinos devido às lesões e, por isso, fui bem pior na prova principal), enquanto esse ano estou em 5'35";
2. Estou mais resistente. Ao final dos treinos fico bem menos "acabado" que ficava ano passado. Ainda que cansado, fico com a impressão sempre que poderia correr mais alguns quilômetros;
3. Estou muito mais bem treinado para subir e descer ladeiras;
4. Estou menos propenso a lesões. Ano passado cheguei ao meio do ano com condromalácia bilateral, a dor no posterior da coxa que levou meses para cicatrizar e uma metatarsalgia (!). Este ano não sinto qualquer lesão.

De um modo geral, então, sinto que sou um corredor melhor. Os pontos 2 a 4 me permitem uma possibilidade de treinar e fazer a maratona com risco muito menor do que o ponto em que estava ano passado. Apenas o 1º ponto me causou alguma estranheza, pois esperava já estar mais rápido. Algumas causas possíveis:

a) Spinning x musculação. Ano passado eu fiz pouca musculação, mas alternava a corrida com spinning. Isso provavelmente fez minha capacidade aeróbica ficar melhor. Mas é um tradeoff pois, em compensação, tenho certeza que o spinning foi a causa principal da condromalácia nos joelhos. Credito à musculação os pontos 2 e 4 acima.
b) Ciclo de treinamento. Ano passado tive um tempo maior treinando velocidade que esse ano. Devido à recuperação das lesões, só comecei a forçar mais a velocidade de umas 10 semanas para cá, o que é pouco tempo.
c) Mais gordura. Estou com 2 kg a mais. Não sei o quanto disso é músculo e o quanto é gordura, mas o fato é que é um peso a mais para carregar.

É claro que não tenho motivos para reclamar de nada, pois, em primeiro lugar minha meta para esse ano era só correr sem dores. Já estou em um baita lucro. Acho legal, no entanto, fazer essas reflexões, pois vou descobrindo mais da reação do meu corpo aos diversos tipos de treinamento.

É isso aí, moçada. Pelo que percebi será possível fazer a Meia da Athenas entre 5'20"/km e 5'30"/km, dependendo do calor no dia (largada às 7:40h com início do horário de verão). Quem quiser me acompanhar, será um grande prazer!

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Correr no sol: apenas um susto

Sábado era dia do longão. Previsão de 1h50', com mais 10' de aquecimento e 10' de desaquecimento. O problema é que havia dormido muito tarde na sexta e aí fiquei naquele dilema. Se acordava mais cedo, pegava uma temperatura mais amena mais o cansaço e o sono podiam pesar, se deixasse para correr mais tarde, o problema era o calor.

Acabei adotando uma solução intermediária e começando o treino por volta das 8h05' da manhã, na Lagoa. O sol era de verão. Queria fazer o teste de velocidade que não havia conseguido fazer na semana anterior, devido às ladeiras de Ouro Preto. A ideia era fazer na média de 5'30"/km na primeira metade para, aí, dependendo de como estivesse, veria se daria para apertar na segunda metade do treino.

Só que só aguentei manter o ritmo por uns 4 km. A partir daí minhas pernas ficaram extremamente pesadas, e correr não estava sendo nada agradável. O batimento não subia muito, mas não me sentia bem. Baixei o ritmo para algo em torno de 6'/km, mas continuando em um treino difícil. Tentava beber água, mas não melhorava. Acabei me sentindo um pouco mais leve ao final, e conseguindo fazer um trecho melhor, fechando o treino no tempo previsto com 5'50"/km de média.

De qualquer jeito, creio que tenha sérios problemas em correr em sol forte. Tenho a pele muito branca, além de não estar acostumado ao treino nessa temperatura. Em prova, pelo menos, consigo jogar água na cabeça e reduzir a temperatura corporal, algo que não é possível em treinos.

Após o treino fiquei com dores fortes nas pernas que se prolongaram pelo dia, e ainda que menores, no dia seguinte. Cheguei a pensar que tivesse feito uma contusão, mas como hoje estou bem melhor, acho que foi só o esforço mesmo.

Fica a lição de que não adianta forçar muito no calor. É preciso mudar o planejamento e correr devagar. Continuo sem muito parâmetro de velocidade para a prova. Outra coisa é que se o calor estiver como agora, melhor esquecer a meta prevista e readequar. Pelo menos, pelo que vi na internet e se nada mudar, o horário de verão começa exatamente no dia da prova!

E vocês, como lidam com o calor?

domingo, 16 de setembro de 2012

Viagem sensacional, ainda que com teste de corrida frustrado!

(post atrasado, pois estava sem tempo para colocar as fotos)

Fim de semana passado o destino foi a linda Ouro Preto, nas Minas Gerais, para um casamento.

A viagem foi fantástica, ficamos no Grande Hotel, onde também foi a festa do casamento, e que foi projetado por Oscar Niemeyer. Foi uma verdadeira aula de arquitetura moderna (aliás a noiva é arquiteta).

Fotos do hotel







Quadros na parede com as obras de Orcar Niemeyer por décadas:









Museu de Arte Contemporânea de Niterói. pena as cadeiras na frente


Outras fotos da viagem:



 





um frango com quiabo na panela de pedra







Quanto à cidade, é tudo de bom e mais um pouco. Um lugar mágico, encantador e inspirador!

Além do casório tivemos a oportunidade de conhecer algumas minas, museus e igrejas. Gostamos muito de tudo isso!

Quanto às corridas, antecipei o treino de sexta para quinta e aproveitei que a planilha previa um treino leve no sábado. Resolvi substituir por um treino de 10k no máximo para testar como estava. Pesquisando antes na Internet, cheguei a conclusão que o único lugar possível de correr era a Universidade Federal de Ouro Preto. O resto era de ladeiras íngremes demais, além de ter piso muito irregular. Estou me acostumando às ladeiras, mas achei ali um pouco exagerado, não deu para encarar.

Fui então no sábado de manhã para a UFOP. O lugar, de fato, era ótimo para correr. O problema, que não esperava é que também tinha ladeira forte e aí minha expectativa de usar o treino para testar meu condicionamento foi por água abaixo. Acabei fazendo os 10k em 59'21", que não sei se foi bom ou ruim. Só o fato da cidade estar a 1.200m de altitude já faz uma baita diferença. Segundo site especializado, significa 2'30" a mais nessa distância.

Mas beleza, fiquei satisfeito de ver que, ainda que forçando ao máximo tanto na ladeira para cima como para baixo meu organismo respondeu muito bem, não apresentando qualquer dor muscular após o treino.

Terei que buscar um outro treino para descobrir que ritmo empreender na meia-maratona que agora está há pouco mais de 1 mês. Tenho gostado muito da planilha do Ironguides, mas sinto falta de um treino mais constante de ritmo para ter esse parâmetro.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Da Zona Norte à Zona Sul

Sábado fiz um treino que queria há muito tempo.

Saí de casa a procura de mais um pedacinho de mim. Era fim de tarde. Fui assim meio devagar, como quem vai comprar pão na esquina, ainda que a ideia fosse ir um pouquinho mais longe.

Primeiro passei na Praça Afonso Pena, a "pracinha" dos meus filhos. Foi ali que dei minhas primeiras corridas, há coisa de 20 anos (epa, dei uma entregada na idade agora he he). Muita gente, nesse agradável sábado de inverno.

Praça Afonso Pena
 Segui. Passei na casa de meu compadre Daniel, que agora anda no sul. Pessoa ímpar de caráter extraordinário. Desses que todo mundo gosta sem fazer força...

Chegava ao sambódromo, agora deserto. Muito diferente das muitas vezes que vi o carnaval e a história acontecer ali. Lembrei-me do meu primeiro desfile, de passar um dia na fila para conseguir ingresso, das lágrimas de emoção de minha mãe quando a 1ª escola passou na avenida. Eram muitas lembranças boas. Coisas que não se esquece jamais.

Sambódromo  
Segui. Passei no Estácio, na porta da quadra e da região onde o Rio foi fundado. Pensava que aquele pedaço um dia revitalizado faria muito sucesso. Belos casarões, ainda que a maioria esteja abandonado. Não tirei fotos. Foi pena, mas ficou bom assim também. Às vezes tenho vontade de tirar uma foto de nada, e às vezes vejo algo muito bacana mas simplesmente não consigo parar para fotografar. Paciência.

Deparei com os prédios novos que estão sendo construído pela Petrobras, já no centro da cidade. Um conjunto de edifícios moderno, todo espelhado, contrastando com os casarões antigos em volta. A região terá que melhorar bastante para receber todas as pessoas que trabalharão por ali.

Novo Prédio da Petrobras
Chegava à Rua do Lavradio, onde ocorria uma Feira de Antiguidades. Corria bem, ainda que parando para tirar as fotos. O próximo passo foi a Avenida Chile, de vários prédios bacanas, da Catedral, do BNDES e da Petrobras.

Av Clile. Petrobras à direita e BNDES em frente. A Catedral, que não se vê, está à direita.

Enquanto o sol ia baixando a endorfina ia entrando na veia e minha alma se renovando. Continuava. Entrei na Sen. Dantas e passei na porta do meu trabalho. Tão diferente ver isso deserto em um fim de sábado. Muito bom lançar um novo olhar sobre algo já conhecido.

Em um instante estava no Aterro e tinha a primeira vista do mar. Seguia pela ciclovia. Ali havia praticamente iniciado minha caminhada rumo à 1ª meia-maratona. Curioso como já achei aquela altimetria "chata". Agora, muito mais bem preparado, achava bem tranquilo.

Aterro e Praia do Flamengo. Baia de Guanabara à frente.
A temperatura, que havia se iniciado bem alta, agora caía bastante e ficava agradável. Era um delicioso fim de tarde de inverno. A essa altura não sabia até onde ía, que meu GPS tinha travado e a única coisa que tinha ideia era a hora que havia começado e que queria correr por cerca de 2 horas.

Pela primeira vez via com contornos claros o Pão de Açucar. Eu que, ainda que nascido fora, me considere carioca, nunca vou deixar de achá-lo muito bonito. Será que as pessoas ali dentro daquele bondinho me viam aqui embaixo?

Aterro, com Pão de Açucar ao fundo

Um pouco mais adiante, a bela enseada de Botafogo. A foto ficou tremida, talvez para dizer que isso não era um passeio, mas um longão. Fotos dali existem aos montes pela internet, mas aquele momento ali não, que aquilo ali é só meu e, assim, só eu tenho registrado. Ali fiz 4 tiros de 30" previstos na planilha. Sentia-me muito bem...

Enseada de Botafogo
Chegava ao final de botafogo e seguia em direção à Urca, mas dessa vez não iria perto da casa da minha amiga Elis, que o caminho era outro. Virei à direita na UFRJ e segui em direção à Copacabana. Não quis pegar o túnel, resolvi passar por cima do morro que liga Botafogo à Copacabana.

Ladeira do leme. Subida. Foto do Google.


ao final da ladeira há um arco! Foto do google.



e depois do arco uma descida. Ai minha perna he he! Foto do google.

Esse é um trecho, de cerca de 700 metros, com inclinação próxima aos 10%. Prometi que podia exaurir minhas forças que não ia parar de correr, nem para tirar foto. Meu coração quase saiu pela boca, mas consegui chegar ao final sem caminhar por nem um momento. Quase tão dura quanto aquela subida era a descida do outro lado. Ali tinha que usar as pernas como freios o que, convenhamos, depois de 1h30' de corrida já não é tão fácil.

Chegava em Copacabana. Já era início de noite. Refiz as contas, achei que dava para ir até Ipanema. Segui pela ciclovia. Sentia-me leve e arrisquei umas aceleradas. Estava bem demais. Cheguei ao final da praia e à ligação com Ipanema. Passei na Forester, loja do meu cunhado, que não estava por lá.

Copacabana, à noite.


Cheguei à Praia de Ipanema. Fiquei na dúvida de como chegar ao metrô e perguntei a alguém. A resposta foi ótima: "- Entre na próxima direita, mas está um pouco longe!". Deu vontade de responder de onde vinha, mas melhor deixar para lá que o sujeito ia me achar maluco. Dois minuto depois chegava à estação do metrô. Tomei um suco, um sanduíche e encarei uns 40 minutos em pé para casa já que, todo suado, não quis me sentar.

Destino final


Ainda passei numa feira e comprei um doce de compota para minha mãe que, afinal, havia ficado com as crianças, já que a esposa viajava. É incrível, mas chegava totalmente inteiro e pronto para outra.

O trajeto inteiro está na figura abaixo:


Ao final foram cerca de 19k, em 1h54', se minhas contas estiverem certas.